Quando chega a Primavera, mais precisamente no último fim de semana de Março, há que mudar a hora ⏰. Mas no nosso caso nunca sabemos se avança ou atrasa, se dormimos menos ou mais uma hora.
Conhecemos também quem na segunda-feira seguinte chegue atrasado ou adiantado porque não acertou o relógio.
Assim e para que cheguemos a horas onde quer que seja, logo vamos adiantar o nosso relógio 🕒.
O que fazer a um armazém abandonado?! A ideia foi criar um restaurante muito diferente de outros que se encontras por aí. O Restaurante Estação Menina Bonita.
Este restaurante nasce de uma bonita história de amor que começou na juventude de Manoel e Ana.
As circunstâncias da vida afastaram-nos e ambos seguiram rumos opostos, casaram e construíram as suas próprias famílias, mas sem nunca se esquecerem um do outro, até que o amor levou a melhor e os juntou de novo.
No final de contas, o restaurante é o “filho” da relação de Manoel com a sua “Menina Bonita”, que passou por uma longa viagem até chegar ao destino final.
A experiência começa mal passas pela entrada, com um mural repleto de fotografias de paisagens, comboios e estações ferroviárias, como que a dar início à tua viagem.
Depois um robô leva-te à tua mesa, e até faz “pisca” com as luzes traseiras quando quer mudar de direcção. A tecnologia é um dos pontos fortes do Restaurante Estação Menina Bonita.
Mas antes de chegares à mesa, podes aproveitar para explorar este armazém agora transformado em restaurante, que é realmente gigantesco. Tem 300 lugares sentados, há uma zona mais “recatada” e com mesas mais pequenas ideais para jantares a dois, um enorme bar situado ao meio do restaurante, um espaço para mesa de DJs, um cantinho onde todos os dias está uma banda a actuar ao vivo e não nos podemos esquecer da plataforma elevatória com 3 metros de diâmetro situada na zona do bar, onde, por diversas vezes, um dos músicos das banda tem oportunidade de brilhar a solo.
Tudo isto conjugado com um jogo de luzes (kinetic balls) no tecto, que estão sincronizados com a musica, além de uma “cascata” de água luminosa chamada Fonte dos Desejos controlada por computador, em que água vai caindo e assumindo formas e símbolos, como estrelas e corações.
Mas calma que há mais, até as casas de banho são inteligentes. Existem vários sensores assim que te diriges a um dos compartimentos no WC. As sanitas têm sensores, o que faz com que, por exemplo, assim que te aproximes, a tampa abra automaticamente.
Se colocares o teu pé do lado do sensor, o assento abre-se automaticamente. E quando estiveres despachado, basta colocares novamente o pé do lado do sensor para que o autoclismo seja accionado e a tampa e o assento voltem à posição original. E as sanitas têm espuma para garantir que não fica nenhum cheiro mais incomodativo no ar. E até a decoração é diferente com uma poltrona junto a uma laranjeira natural.
No Restaurante Menina Bonita existe ainda uma sala que podes reservar por um valor de 100€. Podes juntar um grupo de amigos e fazer com que ninguém se aperceba da vossa existência. Como? Tudo porque o restaurante está munido de vidro fosco, o que faz com que seja possível negar a visão do exterior para o interior da sala, basta pedir a um dos funcionários e, com recurso a um botão, os vidros escurecem, quase como se, do nada, tivessem colocado cortinas. É um efeito giríssimo.
Mas voltemos ao robôs, existem 10 ao todo (seis Bella Bots, três Holla bots e um Ketty Bot), e cada um tem a sua função.
O Ketty Bbot, por exemplo, é o responsável por te conduzir até à tua mesa. Já os Bellabots encarregam-se de te levar os pratos preparados pela cozinha à mesa, ao passo que os Hollabots transportam os pratos usados de volta para a cozinha.
A ideia é facilitar o trabalho dos funcionários, recorrendo a um software. Basta pedir ao robô que vá até uma mesa com os pratos para que um funcionário depois os distribua pelos clientes. Se quiseres também podes tirar os pratos dos tabuleiros dos robôs. Tudo o resto é feito pelos simpáticos colaboradores.
Confessamos que, no meio de tanta escolha, tínhamos algum receio que o menu escolhido não correspondesse às nossas expectativas. Felizmente, estávamos enganados. A carta criada condiz com o objectivo do conceito, que é levar-te numa experiência sensorial por 15 países diferentes.
No nosso almoço, começámos com três tipos de pães a casarem na perfeição com as três manteigas (fumada, ervas e picante) servidas e com a Ricotta.
Seguidamente vários pratos, entre os quais o Cebiche de Bacalao (cubos de bacalhau dessalgado, marinado em puro azeite extra virgem, sumo de lima, malagueta, nori levemente apimentado, grânulos de alho, paprica, cebola roxa, coentro e pimentos) como entrada, um Lomo Parrillero (bovino grelhado, banhado em manteiga fumada, equilibrado com sal grosso, legumes grelhados e os segredos culinários dos pampas uruguaios acompanhado de arroz com frutos secos) e Filet Duchess (filet wellington revestido em patê de cogumelos, envolto em massa folhada, acompanhado por um surpreendente arroz de piemonte, reduzido em grana padano) como pratos principais.
Para acompanhar a refeição, escolhemos as sangrias perdão, poções mágicas. Há quatro ao todo (Lust, Sonas, Dragoste e Anbisyon), de dois litros cada, e que trazem gelo seco para garantir que estão sempre fresquinhas.
Para terminar em beleza, provamos duas sobremesas: Catalán Brûlée (Creme de leite fresco, fava de baunilha, gemas de ovos, açúcar e framboesa) e Amazônia Ice (gelado preparado com Castanha do Pará, harmonizado com mousse de chocolate, framboesa e folhas de hortelã).
Por tudo isto, e muito mais, sugerimos-te que, pelo menos, vás lá espreitar, porque sem dúvida que terás uma experiência como nunca tiveste noutro restaurante.